Artigos Técnicos

Mercado de pets exóticos cresce e exige cuidados especiais

Procura por pets não convencionais aumenta no Brasil; esses animais precisam de profissionais capacitados e atenção à legislação

Postado em maio 26, 2022 as 9:22 pm por Daniela Nucci

Nos últimos anos, com o aumento de animais silvestres e exóticos, e da conscientização dos responsáveis, cresceu também a necessidade de profissionais especializados em diversas espécies.

criação de aves como curiós, trinca ferro, papagaio verdadeiro, bem como de muitas outras espécies silvestres, como répteis, mamíferos, alguns peixes e anfíbios, só pode ser realizada com autorização de entidades ambientais do seu estado, como o Ibama.

De acordo com o Censo Pet 2020, do Instituto Pet Brasil (IPB), a população de animais de estimação no País é de aproximadamente 144,3 milhões: 40,4 milhões (28%) incluem aves ornamentais e 2,5 milhões (1,7%) são pequenos mamíferos e répteis. Entre os classificados como silvestres ou exóticos, alguns dos mais comuns são papagaios, entre as aves; além de pequenos roedores, como porquinho-da-índia e hamsters.

Segundo a professora da Pós-Graduação dos módulos de Nutrição de Animais Silvestres e Exóticos e de Dermatologia de Animais Silvestres e Exóticos da Faculdade Qualittas, M. V. MSc. Erica Couto, o setor está em crescimento e precisa, cada vez mais, de especializações para ter um melhor atendimento. “Esses profissionais trabalham com várias espécies e precisam ser bem qualificados para saber lidar com os animais silvestres e exóticos”, diz Erica.

O que difere um animal selvagem de um exótico é a sua origem. Se ele pertence à fauna brasileira, é considerado silvestre; se for da fauna de outro país é exótico. Além dos cães e gatos que são denominados pets convencionais, os pets ditos como não convencionais mais comuns são as aves e os roedores, que possuem um cuidado específico, quesito importante ao se falar de pets não convencionais. “Essas espécies exigem cuidados especiais, que variam conforme a categoria “, conta a médica veterinária.

Saber lidar com esses animais é de extrema importância, já que os tratamentos podem diferir. “Como possuem metabolismo diferente dos animais pets convencionais, o tratamento terá variação de doses. No caso, de peixes, anfíbios e répteis, o próprio meio ambiente interfere na metabolização”, explica Erica.

No quesito pets não convencionais, as aves, como calopsitas, papagaios e periquitos estão em primeiro lugar entre as mais queridinhas, seguidas de mamíferos, como coelho, porquinho da índia, ferrets e finalizando com os répteis, como os jabutis, lagartos e serpentes.

Com relação aos setores em crescimento, a professora destaca que a procura é geral. “O avanço é em todas as áreas, desde o clínico à produção de alimentos. Nisso, a Faculdade Qualittas conta com Pós-Graduação de Nutrição Clínica de Animais Silvestres e Exóticos, já que é um mercado que precisa ser enriquecido”, completa.

O número de criadores é outra área em ascensão e isso aponta também na busca por mão de obra capacitada.

Fácil interação e carinhosos

Considerados fáceis de se adaptar à interação humana, esses animais gostam de carinho e interagem com os responsáveis, claro, de uma forma peculiar. “Os animais silvestres e exóticos interagem muito bem, cada um de sua maneiro, respeitando sua rotina. As aves, por exemplo, são muito inteligentes “, diz Erica.

Alguns animais considerados pets não convencionais se faz necessário autorização dos órgãos competentes para a sua criação, como vir com nota fiscal, marcação (microchip ou anilha) e o atestado de origem. Ou seja, o responsável precisa de documentação do órgão ambiental para estar em posse do mesmo.

Diversão é com o Ferret

Existem animais diferentes do convencional que podemos ter em casa. É o caso do ferret (lembra o furão, animal da nossa fauna). De aparência peculiar, com corpo magro e alongado, o ferret é um animal dócil que gosta da companhia dos responsáveis. São mais ativos à noite e passam boa parte do dia dormindo. Devem ter um cantinho adaptado e apropriado, com brinquedos e rede para o pet dormir.

Apaixonada por mustelídeo desde pequena, a médica-veterinária especializada em Animais Silvestres e Exóticos pela Faculdade Qualittas, Karina Queiroz Soares, hoje divide seu lar com seis lindos ferrets.  “É uma amor inexplicável e incondicional.  Eles são encantadores, curiosos, dorminhocos e perfeitos”, elogia Karina, que comprou seu primeiro Ferret pela internet e depois os outros vieram por doação.

Apesar de todo carinho e cuidados, é um bichinho que acaba tendo uma expectativa de vida, em torno de 5 a 8 anos de idade, segundo Karina. Além disso, a compra deve ser feita em lojas especializadas que fornecem a documentação, castrados, microchipados e com a liberação do órgão público responsável no estado.  “Eles me acompanham em todo lugar, como nas aulas da faculdade, em eventos, são meus grandes companheiros”, finaliza Karina.

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