Curiosidades
O cervo-do-pantanal pertence à família Cervidae, que reúne um diversificado grupo de mamíferos ruminantes e artiodáctilos (isto é, com um número par de dedos, como os porcos, os touros, os hipopótamos, os camelos, os veados, as girafas, os carneiros, as cabras e os antílopes).
Este animal é considerado o maior cervídeo da América do Sul.
E, além do Brasil, ele é encontrado também na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Uruguai.
Ambientes úmidos como brejos, várzeas e planícies de grandes rios são os habitats favoritos da espécie. Algumas populações, por exemplo, se distribuem do sul do Rio Amazonas ao norte da Argentina.
Declínio populacional
Originalmente, o cervo-do-pantanal era encontrada em todas as regiões do Brasil, no entanto, nos últimos anos, um declínio populacional acentuado tem sido observado no país. Ele está relacionado, principalmente, a fatores como hidrelétricas, caças e drenagens de várzeas para uso agropecuário.
Juntas, essas problemáticas culminaram na redução de boa parte de seus habitats originais.
E, atualmente, sua distribuição é bem reduzida, sendo constada, inclusive, algumas extinções locais.
Características físicas
Os cervos-do-pantanal são majestosos animais de pelagem lanosa e tonalidade enrubescida.
As fêmeas pesam cerca de 100 kg, já os machos, por outro lado, podem chegar até 130 kg.
As orelhas são grandes e arredondadas e, na região anterior aos olhos, há presença de um sulco lacrimal, que é exposto quando este animal se sente ameaçado ou em perigo.
Também apresentam membros compridos, cascos alongados e membranas interdigitais (tecidos que unem os seus dedos). E a presença desta membrana é, certamente, uma adaptação natural.
Visto que é essa característica que permite que os cervos sobrevivam em locais alagados.
A cauda, o focinho e a região ao redor dos olhos também possuem coloração negra, enquanto, que a coloração branca é observada na face interna das orelhas, na região submandibular e no ventre.
Todos os machos de cervo-do-pantanal possuem um par de chifres, com quatro ramificações + pontas.
Estes chifres são formados por protuberâncias ósseas e são usados para atrair fêmeas durante o período reprodutivo. Além de é claro, garantir a defesa no combate direto com predadores e outros machos.
Nos cervos-do-pantanal, os chifres crescem por quatro a cinco meses podendo ficar desencapados por até 32 meses, dependendo da idade e da dominância do macho.
Reprodução
Tanto as fêmeas quanto os machos atingem a maturidade sexual em torno dos 14 meses de idade.
As fêmeas são poliéstricas (apresentam vários ciclos no ano) e possuem cio pós-parto.
A gestação da espécie dura de oito a nove meses, sendo gerado sempre um único filhote que nasce sem pintas claras cobrindo seu pelo, diferentemente de todas as outras espécies de cervídeos brasileiros, possuindo, portanto, uma pelagem semelhante a dos cervos adultos.
Os períodos de amamentação duram cerca de cinco minutos, onde o filhote ingere até 600 mL de leite.
Durante a amamentação, a mãe também lambe a região perianal da cria para estimular a defecação e micção, ingerindo as excretas, visando afastar assim os predadores que são atraídos por odores.
Comportamento
Os cervos-do-pantanal são, na maioria das vezes, animais solitários.
Porém, eventualmente, podem formar grupos com até 15 indivíduos. Acredita-se que nesta espécie não há a formação de hárens, mas existe a suposição de eles que sejam territorialistas.
Hábitos de vida diurnos e noturnos são citados por pesquisadores, variando de acordo com a região.
Sua dieta alimentar é composta por brotos de variadas espécies, além de plantas aquáticas.
São predadores naturais da espécie a onça-parda e a onça-pintada.
No entanto, espécies como o lobo-guará, jacaré e sucuris podem predar os filhotes.
O perigo da extinção
O cervo-do-pantanal é listado como ameaçado de extinção pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Internacional Union for Conservation of Nature.
No Brasil, a espécie é considerada criticamente em perigo nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. Sendo considerada completamente extinta em Santa Catarina.
As principais ameaças ao cervo-do-pantanal são a perda de habitat pelo avanço das fronteiras agrícolas, caça ilegal, construção de usinas hidrelétricas e as doenças introduzidas por ruminantes domésticos, entre elas a febre aftosa, a brucelose, a babesiose, as orbiviroses e diversas outras doenças parasitárias.
Nesse sentido, a classificação do cervo-do-pantanal como uma espécie vulnerável, enfatiza a necessidade da adoção de medidas que possam contribuir para a preservação da espécie.
Dentre as medidas mitigadoras para preservação das populações de cervos-do-pantanal, podemos citar a conservação de seu habitat natural, a contenção da expansão populacional em áreas próximas ao ambiente dos cervos, a fiscalização rigorosa em relação à caça ilegal e a educação da população.
Fonte: Animal Business, adaptado pela equipe de Redação do Q1.Vet.com