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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) publicaram recentemente o documento “OECD-FAO Agricultural 2020-2029”, que dentre outros assuntos trata das projeções para o mercado de carne bovina.
Trata-se de publicação elaborada a partir de contribuições de especialistas e fornece uma avaliação de perspectivas para dez anos dos mercados de commodities agrícolas e as tendências econômicas e sociais do setor global de alimentos, entre eles, aspectos do mercado da carne bovina.
De acordo com as projeções da OECD e FAO, em curto prazo, os preços reais da carne bovina no mundo cairão rapidamente devido à ampla oferta dos principais países produtores, como Argentina, Brasil e Estados Unidos, após um rápido aumento no estoque de rebanhos nos últimos anos.
No entanto, à medida que os produtores reduzirem o ritmo e a taxa de crescimento da produção diminuir, os preços nominais aumentarão lentamente.
A produção mundial de carne bovina tem projeção de aumentar em 6 milhões de toneladas equivalente carcaça (TEC) até 2029, e 81% desse aumento virá de países em desenvolvimento. Sendo assim, no curto prazo, o suprimento dos diversos tipos de carnes se manterá influenciado pelo impacto da febre suína africana na Ásia e a redução do rebanho bovino na Austrália, devido a condições climáticas.
Acredita-se que, após 2021, esses fatores estarão estáveis e uma gradual recuperação na produção mundial
ocorrerá, liderada por Argentina, Brasil e Estados Unidos.
Nos EUA, a produção avançará devido ao aumento do número de abates e do peso das carcaças, resultante de baixos custos de alimentação. No Brasil, certamente o crescimento da produção se beneficiará da oferta abundante e favorável de recursos naturais, alimentação, disponibilidade de pastagens, ganhos de produtividade e, em certa medida, da desvalorização do Real.
Crescimento no consumo de carne bovina
O relatório, ainda prevê que o consumo de carne bovina cresça nos próximos dez anos e represente 16% do aumento total no consumo de carnes. No entanto, nos países em desenvolvimento, o consumo continuará sendo menor, cerca de um terço do volume consumido per capita em países desenvolvidos.
A Ásia é a única região para a qual se projeta aumento de consumo per capita. Vários países que possuem alto consumo de carne bovina diminuirão, devido ao consumo de carnes de menor preço, suína e de frango.
A comercialização de carnes no mundo será em torno de 12% maior em 2029, liderada pelas carnes de frango e bovina. Isso representa uma desaceleração no crescimento do comércio de carnes para uma taxa anual média de quase 0,6%, em comparação com 3% na década anterior.
Por outro lado, se espera que a parcela da produção total aumente levemente ao longo do tempo. Por fim, espera-se que a participação das três maiores regiões exportadoras somadas (Brasil, União Europeia e Estados Unidos) representará quase 60% das exportações mundiais de carne até 2029. Na América Latina, espera-se que os países exportadores tradicionais detenham alta parcela do comércio global.
Fonte: Embrapa. Adaptado pela equipe de redação do Portal Q1vet