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Dermatite Estival: O que é e como prevenir?

Conheça mais detalhes sobre a dermatite estival

Postado em junho 4, 2020 as 7:01 am por Minha Cliente
dermatite

A dermatite estival ou alergia ao culicoide é uma doença da pele que afecta os cavalos e outros equinos principalmente no Primavera e Verão.

Culicoides é o nome da espécie de mosquito responsável pela causa desta doença. O problema não está na picada do mosquito em si, mas sim na saliva do mesmo que em alguns cavalos causa uma reação alérgica que pode ser bastante exagerada.

Os culicoides são uns insectos pequenos e com uma fraca capacidade de voo; não podem percorrer longas distâncias ou voar contra o vento. Tendem a viver junto a zonas com águas paradas e alimentam-se preferencialmente durante a noite.

Existem várias espécies de culicoides que podem variar consoante a localização geográfica. As principais zonas do corpo do equino onde estes insetos se alimentam são a crineira e a base da cauda, o abdómen ventral, a face e as orelhas.

Tipos de reações alérgicas da dermatite estival

Consideram-se dois tipos de reações alérgicas:

Tipo 1: O tipo 1 é uma resposta imediata em que os cavalos também podem apresentar dificuldade respiratória.

Tipo 4: o tipo 4 é uma resposta retardada com sinais de prurido (comichão) em determinadas zonas do corpo cerca de 24 a 48 horas após a picada do mosquito.

Estes dois tipos de alergia são mediados por químicos diferentes no corpo, sendo que podem coincidir em alguns cavalos.

Tratamento para a dermatite

O tratamento da hipersensibilidade tipo 1 inclui anti-histamínicos bem como uma vacina de dessensibilização do equino contra o alérgeno em questão.

Nos casos de hipersensibilidade tipo 4 a vacina não funciona pelo que a melhor solução é mesmo evitar a exposição do animal ao mosquito.

A vacina de dessensibilização é obtida a partir do sangue do próprio equino. O organismo produz vários tipos de anticorpos, entre eles as imunoglobulinas E (IgE) e as imunoglobulinas G (IgG) mais protectoras.

O objetivo da vacinação é estimular o sistema imunitário a produzir uma resposta imunitária mais duradoura com IgG. As vacinas obtidas a partir do sangue do próprio cavalo demoram vários meses até ser eficazes, mas diminuem a resposta quando os animais são picados pelos mosquitos.

As opções de tratamento incluem uma combinação de medicação tópica (aplicada no local) e sistémica (injetável ou oral).

Os medicamentos tópicos mais comuns são corticosteroides dexametasona e hidrocortisona. O tratamento sistêmico consiste em anti-histamínicos para a hipersensibilidade tipo 1 e corticosteroides para a hipersensibilidade tipo 4.

No entanto, devido aos efeitos adversos da medicação sistémica, principalmente se utilizada a médio ou longo prazo, o tratamento médico deverá ser reservado à fase aguda da doença ou fase inicial do tratamento devendo ser descontinuado assim que possível à medida que são instauradas as medidas de maneio e controlo dos insectos descritas acima.

Apesar de não haver evidência forte nos equinos, a maior parte dos dermatologistas recomenda a suplementação com ácidos gordos essenciais ómega 3 e 6 em casos de doença de pele.

Por norma, a resposta ao tratamento da dermatite estival será mais favorável quanto mais cedo se iniciar o tratamento, interrompendo o ciclo dermatite-prurido e evitando o agravamento dos sinais clínicos.

 

Prevenção e cuidados importantes

Como sempre, a prevenção é sempre melhor que o tratamento. Deve utilizar um bom repelente de insectos, que mantenha os mosquitos longe do seu cavalo.

Os componentes essenciais num repelente são a permetrina e a cipermetrina, além de substâncias oleosas que promovam a aderência e fixação do produto ao pelo. As respectivas concentrações variam entre os vários produtos existentes no mercado e vale a pena experimentar produtos diferentes até encontrar um que seja eficaz.

Estes produtos devem ser utilizados com bastante frequência, ou seja, uma a duas vezes por dia, de modo a manter os mosquitos afastados.

Por vezes o repelente não é suficiente e é necessário utilizar mantas ou redes de proteção que cobrem o corpo inteiro do cavalo incluindo a face, cabeça, orelhas, membros e cauda!

No entanto, é necessário cuidado e vigiar o cavalo com mantas em alturas de mais calor e humidade pois o excesso de temperatura e a transpiração podem agravar as lesões da pele. De igual modo e pela mesma razão, as mantas devem ser higienizadas com frequência.

Uma vez que os mosquitos são mais activos ao amanhecer e anoitecer, e são fracos voadores, deve-se recolher os cavalos sensíveis na box durante a noite e utilizar ventoinhas para impedir a aproximação dos mosquitos.

Além disso, Também deve-se utilizar redes mosquiteiras nas portas e janelas. Um spray libertador de permetrina ou cipermetrina também irá contribuir para manter o estábulo livre de mosquitos.

Uma vez que os culicoides se concentram junto a zonas com águas paradas, faz sentido manter os cavalos sensíveis longe de áreas com lagos ou pântanos.

 

Teste diagnóstico para a doença

Não existe nenhum teste específico para diagnosticar a alergia por culicoides. Sendo assim, o diagnóstico é determinado a partir dos sinais clínicos típicos desta doença, em particular a localização típica das lesões na pele.

Os testes intradérmicos para diagnóstico da hipersensibilidade ao culicoides podem não ser fiáveis. Este teste, semelhante ao teste da tuberculina, consiste em injectar o cavalo com um alérgeno do culicoides e avaliar a resposta local. Uma resposta positiva com IgE causa reação local em 20 minutos.

Logo, um cavalo sem resposta IgE, mas com hipersensibilidade tipo 4 só responderá ao fim de 24 horas. Por esta razão, uma resposta negativa ao teste intradérmico não elimina o diagnóstico da doença.

Por outro lado, um cavalo que tenha anticorpos IgE, mas sem sinais clínicos de alergia ao culicoides pode dar um resultado falso-positivo se for testado, uma vez que permanece a dúvida se esse animal não atingiu ainda um nível suficiente de IgE ou se nem todos os anticorpos causam a doença.

Os testes sorológicos, realizados através de análises de sangue, também não são fiáveis pois não existe correlação entre os níveis de IgE na pele e os níveis de IgE no sangue.

Os investigadores propõem o desenvolvimento de uma vacina contra a alergia ao culicoides ou tratamento de dessensibilização. No entanto, esta vacina ainda em fase de estudo.

Sendo assim, a prevenção e o tratamento pró-ativo e precoce são as melhores medidas para manter os cavalos saudáveis.

Fonte: Equisport, adaptado pela equipe de Redação do Q1.Vet.com

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