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Uma pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), avaliou o desempenho econômico em confinamento de cordeiros de raças puras e cruzadas. O trabalho é apresentado na publicação “Resultados econômicos do confinamento de ovinos de diferentes grupos genéticos no estado de São Paulo”, de autoria dos pesquisadores Oscar Tupy e Sérgio Novita Esteves e da zootecnista Gerlane de Brito.
O estudo, que levou em conta o contexto atual de mercado para a carne ovina, fez avaliação de cordeiros confinados durante a fase de terminação das raças puras White Dorper, Ille de France, Santa Inês e Texel, e do cruzamento destas com a raça Santa Inês. Os resultados econômicos mais promissores, de acordo com Oscar Tupy, foram com os grupos genéticos Ile de France, White Dorper, Santa Inês e o cruzamento meio sangue Ile x Santa Inês.
O uso do confinamento na ovinocultura, segundo o estudo, contribui para o aumento dos índices de produtividade, melhorando o desempenho dos animais e a qualidade da carne. No entanto, em razão dos custos elevados, é necessário planejamento. Fatores como alimentação e animais de maior potencial genético devem ser levados em consideração no sistema intensivo de produção de cordeiros para diminuir o tempo de confinamento e os custos de produção.
Para o pesquisador Sérgio Esteves, o cruzamento pode ser uma alternativa para o produtor aumentar a lucratividade pela obtenção de animais que combinem as melhores características de duas ou mais raças. Com esse foco, a Embrapa Pecuária Sudeste desenvolve pesquisas com cruzamento entre raças exóticas de melhor conformação e qualidade de carcaça e raças criadas e adaptadas ao Brasil, como por exemplo, a Santa Inês.
Experimento
O estudo foi conduzido na Embrapa Pecuária Sudeste com cerca de 170 cordeiros machos, não castrados e recém desmamados das raças puras White Dorper, Ille de France, Santa Inês e Texel, e do cruzamento destas com a raça Santa Inês.
Os animais foram distribuídos em quatro tratamentos, em diferentes idades ao desmame (60 ou 90 dias) e dois pesos finais 32 kg ou 38 kg.
Após o desmame, foram confinados em baias individuais. A formulação da dieta oferecida no confinamento foi de 60% de silagem de milho e 40% de concentrado.
Para o acompanhamento e determinação dos pesos finais, os cordeiros foram pesados semanalmente até atingirem o peso pré-estabelecido para cada animal.
O tempo de permanência no confinamento (TC) foi calculado somando-se os dias em que cada animal recebeu alimentação no confinamento menos 10 dias de adaptação às baias e à dieta.
Análise Econômica
Os melhores resultados do ponto de vista econômico no confinamento foram com as raças Ile de France, White Dorper, Santa Inês e o cruzamento meio sangue Ile x Santa Inês. “Todos apresentaram baixo custo à desmama. O custo do cordeiro à desmama é a variável que mais impacta o resultado econômico do confinamento”, avaliou Tupy. Ele ponderou que se deve levar em conta as condições de clima e manejo às quais foram submetidos todos os grupos genéticos. “Obviamente, este trabalho necessita ser replicado em vários ambientes de produção. Mas com base neste estudo, que durou um ano, o melhor desempenho econômico ficou com o grupo genético Ile de France, seguido pelo White Dorper”.
Em relação aos tratamentos, o trabalho identificou que a melhor idade à desmama foi de 90 dias e peso final de 38 kg (peso vivo). Para o pesquisador Tupy, o acréscimo no custo à desmama aos 90 dias é pequeno em relação ao da desmama aos 60 dias. Além disto, o maior peso à desmama dilui o custo das matrizes aos 60 e 90 dias de desmama.
Fonte: Embrapa. Adaptado pela equipe de redação do Portal Q1Vet