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A Marfrig e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciaram nesta quinta (27) o lançamento da marca Viva, uma nova linha de carnes com atributos de sustentabilidade. Desenvolvida pela Embrapa, a carne carbono neutro (CCN) é uma certificação do gado criado em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF).
Para desenvolver a Viva – que dá nome a diferentes cortes de carne bovina para grelha e dia a dia – a Marfrig investiu cerca de 10 milhões de reais. Os recursos foram alocados em pesquisa, certificação de propriedade, construção da marca, construção dos padrões de corte, divulgação, royalties, entre outros. A linha será vendida, a partir deste mês de forma exclusiva em 10 lojas selecionadas do Pão de Açúcar na cidade de São Paulo, e posteriormente a nível nacional.
Os produtos da linha Viva são provenientes de animais inseridos em um sistema de produção pecuária-floresta, que neutraliza as emissões de metano dentro de um protocolo desenvolvido pela Embrapa. Essa compensação é assegurada a partir da certificação e verificação por auditorias independentes. Além disso, o protocolo garante produtos diferenciados e de alta qualidade, bem como todos os preceitos de bem-estar animal atendidos dentro do sistema de produção.
Produção sustentável
“Ao incentivarmos a produção sustentável geramos valor para a empresa e para a cadeia de negócios. Além disso, o desenvolvimento da carne carbono neutro, em parceria com um dos mais respeitados centros de pesquisa e de inovação do agronegócio mundial – a Embrapa, reafirma o nosso compromisso com quatro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU ” diz Miguel Gularte, CEO da Marfrig.
Sob o ponto de vista do produtor, as vantagens da integração pecuária-floresta são evidentes em ganho para o meio ambiente, mas também em conforto animal e produtividade.
“A certificação CCN coroa a nossa dedicação a um projeto de integração que iniciamos em 2009”, diz Arthur Pollis, presidente da Santa Vergínia Agro, primeira propriedade rural no Brasil certificada com o selo CCN e fornecedora de gado para a Marfrig, no estado de Mato Grosso do Sul.
Para a Embrapa, a produção de carne carbono neutro fortalece o mercado interno e, futuramente, a exportação de carnes para países exigentes, diferenciando o produto brasileiro em questões de sustentabilidade.
“É um projeto que conta com a participação de 12 centros de pesquisa da Embrapa, envolvendo uma rede de mais de 150 pesquisadores e ainda diversas instituições. O agro será o motor da retomada brasileira e vai precisar de parcerias como essa, unindo esforços dos setores público e privado”, enfatizou Celso Moretti, presidente da Embrapa.
“A parceria com a Marfrig posiciona a nossa carne em um novo patamar de percepção de valor nos mercados nacional e internacional, e atende a crescente demanda por práticas sustentáveis de produção e ações que garantam o bem-estar animal, com foco nos sistemas em integração, que contribuem tanto com a mitigação, quanto com a redução dos gases de efeito estufa”, afirma a diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin.
Carne Carbono Neutro (CCN)
A principal finalidade da marca CCN desenvolvida pela Embrapa é atestar a produção de bovinos de corte em sistemas com a introdução obrigatória de árvores como diferencial.
Uma vez que nessas condições, a presença do componente arbóreo em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta, IPF) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta, ILPF) neutraliza o metano entérico (exalado pelos animais), um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa que provoca o aquecimento global.
O conceito pode impulsionar a exportação, principalmente para o mercado europeu, que é muito exigente. A perspectiva é melhorar a visibilidade da carne brasileira e promover maior adoção dos sistemas ILPF e IPF no Brasil.
Por fim, um estudo realizado na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) mostra que cerca de 200 árvores por hectare seriam suficientes para neutralizar o metano emitido por 11 bovinos adultos por hectare ao ano, sendo que a taxa de lotação usual no Brasil é de um a 1,2 animais por hectare.
Fonte: Embrapa. Adaptado pela equipe de Redação do PortalQ1Vet.