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Alimentação para cães debilitados ou em pós-cirúrgico

Qual a alimentação adequada para cães debilitados ou em período pós-cirúrgico?

Postado em julho 3, 2020 as 5:59 pm por Minha Cliente
alimentação para cães

A nutrição está em constante crescimento, tanto na área humana quanto na animal. Quando falamos sobre nutrição dos cães, geralmente o assunto está relacionado com a alimentação do dia à dia para suprir as necessidades do organismo sadio, a exemplo de alimentos para espécies diferentes (cães ou gatos) ou até mesmo para diferentes estágios da vida (filhote, adulto e idoso).

Porém, a nutrição vai além das refeições diárias, sendo muito utilizada de forma terapêutica, ou seja, para ajudar no tratamento de doenças e condições clínicas. E uma situação que pode ocorrer com muitos animais é a debilidade.

No artigo de hoje iremos falar sobre o que é essa situação, também chamada de convalescença, quais são as causas e os motivos pelos quais é indicado mudar a dieta. Confira a seguir!

O que é um animal convalescente?

Um animal convalescente é aquele que está debilitado por consequência de alguma lesão ou doença e descreve o período de recuperação. Esse estado de fraqueza acontece principalmente por conta de uma causa primária e do esforço do organismo em tentar restabelecer as condições normais de saúde.

Existem diversas situações que podem levar um pet a atingir o estado de convalescença, desde doenças sistêmicas, como: tumores malignos (câncer), doenças infeciosas graves provocadas por bactérias e vírus (erlichiose, cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, leptospirose, etc.), e muitas outras.  E também por traumas e lesões causadas por acidentes (atropelamentos, quedas), agressões e cirurgias de maior porte como as ortopédicas, do aparelho digestivo, cardíacas, etc.

Um ponto importante é que devemos diferenciar os casos de animais convalescentes com animais em estado crítico.

O paciente crítico necessita de cuidados médicos/hospitalares imediatos e constantes pois está correndo risco de vida. Geralmente, é necessário o uso de alimentação enteral ou parenteral nos pacientes críticos hospitalizados, pois na maioria das vezes o animal não consegue se alimentar de nenhuma outra forma.

A nutrição enteral é aquela onde é administrado alimento por meio de um tubo que entra pelo nariz e desce até o estômago ou intestino. Já a parenteral é a administração de nutrientes por via endovenosa.

Por que é necessário mudar a alimentação?

Com o animal debilitado o objetivo é permitir que o cão se recupere da doença, fornecendo descanso, tratamento medicamentoso (quando necessário) e um bom suporte nutricional, para permitir um retorno à saúde completo e mais rápido possível.

Na maioria dos casos de convalescença há uma redução importante no apetite, além de náuseas e indisposição geral. Isso reduz a ingestão de alimentos, tornando o aporte de nutrientes insuficiente.

A exigência por nutrientes no animal convalescente é maior do que no sadio. Há um aumento da taxa metabólica, do consumo de oxigênio pelas células, além de uma série de modificações no organismo que irão consumir mais energia que o normal.

Se o suporte nutricional não for instituído adequadamente, haverá diversas consequências na saúde do animal, diminuindo drasticamente as chances de recuperação. Mesmo que o cão esteja ainda no peso correto, o metabolismo proteico muda, e o organismo começa a utilizar a massa muscular como fonte de aminoácidos, e a gordura corporal como energia. Com isso, ocorre um rápido emagrecimento com o agravante do enfraquecimento da musculatura.

Quadros como esse, associados à má nutrição levam à chamada desnutrição energético proteica. Se não houver a correção da dieta, essa condição vai causar:

  • Redução da capacidade do sistema imunológico, aumentando as chances de infecções oportunistas.
  • Dificuldade na reparação de tecidos, o que vai retardar a cicatrização e cura das lesões.
  • Alteração da absorção e metabolização dos medicamentos utilizados no tratamento.
  • Atrofia do sistema digestivo causada por longos períodos de jejum, dificultando ainda mais a absorção de nutrientes quando ocorre a alimentação.

 

A nutrição adequada está subjacente a todos os aspectos da resposta à doença. A dieta para o animal aumenta as chances de recuperação para casos graves, ou diminuindo o tempo necessário de retorno ao estado sadio.

Mudanças necessárias para animais debilitados

O primeiro passo é sempre contar com um atendimento veterinário. Independente de qual seja a causa, não é recomendado mudar a dieta por conta própria.

Qualquer alteração indevida pode atrapalhar a recuperação do animal devido a proporção incorreta de nutrientes.

O melhor é que a nutrição ocorra da forma mais natural possível, isto é, estimulando a ingestão voluntária.Para estimular a ingestão do alimento, existem algumas medidas que podem ajudar: hidratar a ração com água morna, aquecer o alimento, adicionar alimento úmido à ração e trocar o comedouro de lugar para um local mais calmo ou mais perto do tutor.

Conforme explicamos anteriormente, pacientes críticos geralmente não têm condição de se alimentarem sozinhos, e devem ser internados para que seja feita a administração de alimentos na clínica ou hospital veterinário.

Nos animais debilitados pelas condições que citamos, como pós cirúrgico e em recuperação de doenças, e que são capazes de comer voluntariamente, deve ser instituída uma dieta específica em casa.

Características de uma dieta para cães que vão se recuperar em casa

Aminoácidos: Os aminoácidos são os nutrientes em si, e cada um tem funções diferentes. No momento de estresse metabólico, os aminoácidos são utilizados para reparação dos tecidos. Por isso é necessário que esses nutrientes sejam oferecidos continuamente em quantidade e qualidade suficiente.

A qualidade vai depender da fonte, sendo as de origem animal, principalmente carnes (de aves, cordeiro, bovinos e peixes) e ovos as melhores para cães.

Gorduras: A principal fonte de energia para animais carnívoros como os cães, é a gordura. Seu conteúdo calórico por grama é o dobro quando comparada com as proteínas e os carboidratos.

As gorduras também são fontes de ácidos graxos essenciais, que são lipídeos com funções como regulação do processo inflamatório e imune, secreção de hormônios fundamentais para a cura de lesões e mobilização de moléculas para as células que estão em recuperação.

Carboidratos: São também fonte de energia e devem ser utilizados na dieta de cães convalescentes, porém com atenção especial a quantidade e ao tipo de carboidrato.

Cães podem sofrer de resistência à insulina se ingerirem dietas ricas em carboidratos, ou quando esse nutriente é proveniente de fontes de alto índice glicêmico, como farinhas brancas, açúcares e amido simples.

Vitaminas e minerais: O correto equilíbrio de micronutrientes é fundamental em qualquer fase ou condição de vida.

Em animais debilitados, se os macronutrientes estiverem sendo fornecidos de maneira suficiente e com ingredientes de qualidade, o corpo será capaz de absorver as vitaminas e os minerais adequadamente.

Digestibilidade: representa a capacidade do animal em utilizar os nutrientes do alimento. Isso vai depender de vários fatores, mas em geral o que mais impacta na digestibilidade é a escolha dos ingredientes que compõem a dieta.

Dietas específicas para essas situações

Para ter acesso a dietas especiais para cães convalescentes ou debilitados, é necessário o acompanhamento de perto de um médico veterinário. Essa dieta pode ser formulada por esse profissional ou desenvolvida por alguma empresa de nutrição de cães. A opção a ser escolhida vai depender do caso clínico e condição do animal.

Fonte: Farmina. Adaptado pela equipe de Redação do Q1Vet

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