Últimas notícias
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou neste mês que os médicos-veterinários da iniciativa privada já podem solicitar seu cadastramento para a vacinação contra a brucelose no Portal Gov.Br. No mesmo processo, também é possível solicitar atualização cadastral e descadastramento.
O objetivo é agilizar e tornar mais prático o procedimento de cadastro dos profissionais, feito, atualmente, no Serviço Veterinário Estadual (SVE), de forma presencial.
Para realizar a vacinação contra a brucelose, é necessário que o profissional esteja inscrito no Conselho Regional de Medicina Veterinária dos estados nos quais pretende atuar. Todo o andamento do processo pode ser feito pela plataforma digital. Devem usar a plataforma digital do governo os profissionais dos estados que não possuem sistema informatizado para a realização do serviço: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.
O oferecimento do serviço on-line está previsto no Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), regulamentado pela Instrução Normativa n° 10, de 03 de março de 2017. Mais informações podem ser obtidas no portal do Mapa.
O que é brucelose?
A brucelose é uma doença bacteriana contagiosa causada por bactérias do gênero Brucella. É uma zoonose, isto é, uma doença que acomete os seres humanos e são transmitidas por contato com os animais. Assim, realizar a vacinação contra esta doença é extremamente fundamental para os profissionais da medicina veterinária.
Pode ser conhecida por uma série de variações, como febre de Malta, febre de Gibraltar, febre intermitente do Mediterrâneo e várias outras nominações.
Como alguns dos nomes acima indicam, a febre é um dos sintomas principais da doença. Além disso, provoca sudorese, cansaço, calafrios, dores abdominais, dor de cabeça e dor nas costas.
Vacinação contra brucelose: saiba um pouco mais sobre a doença
A transmissão da brucelose para humanos acontece por algumas vias, sendo as principais por contato direto com animais infectados ou ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas pela bactéria.
O período de incubação da brucelose humana varia de 5 a 60 dias, podendo durar até mesmo 2 anos.
Confira algumas das principais formas de contaminação:
Alimentação
As pessoas podem ser infectadas pela bactéria através da ingestão de produtos contaminados, como leite não pasteurizado, carne crua ou mal passada e produtos derivados do leite, como queijo, manteiga, sorvete etc.
Nos alimentos, o tempo que permanecem ativas pode variar. No leite não pasteurizado em temperatura normal, por exemplo, a bactéria pode sobreviver por até 17 dias, no leite congelado pode viver por períodos longos (mais de 2 anos).
Em produtos como a manteiga, permanecem ativas por até 4 meses, e no queijo por até 6
Contato com animais infectados
É uma transmissão que ocorre com maior frequência entre pessoas que trabalham em contato com animais que podem ser hospedeiros (gado, ovelhas, porcos, cavalos, cães etc).
Inalação
A transmissão pode ocorrer por via respiratória, quando, em ambientes contaminados, a bactéria consegue entrar no organismo do paciente pela inalação. Pode ocorrer em pessoas que trabalham em locais com animais infectados, como estábulos, canis, laboratórios, abatedouros etc.
Outras formas de transmissão
Existem algumas formas de transmissão de pessoa para pessoa que são extremamente raras, mas que podem ocorrer também, como por acidente na aplicação vacinal animal, durante relações sexuais, na gravidez (transmissão vertical), transfusão de sangue e transplantes.
Grupos de risco para brucelose humana
Por ser uma zoonose, estão entre os grupos de risco as pessoas que trabalham com animais, que se tornam mais vulneráveis a sofrer uma contaminação e desenvolver a doença, como agricultores, veterinários, profissionais que trabalham em matadouros, microbiologistas, produtores de leite etc.
De modo geral, os homens são mais afetados pela brucelose do que as mulheres, sendo 2 vezes mais vulneráveis à doença. Quanto à idade, a faixa etária mais afetada é entre 55 e 64 anos.
Quanto ao período de transmissão, são nos meses entre abril e julho que se observam mais casos, devido ao período ser marcado pelo maior número de partos dos animais e maior produção de leite.
Sintomas em humanos
A brucelose, em alguns pacientes, pode ser assintomática. Quando provoca sintomas, eles podem ser inespecíficos no início da doença. O sintoma mais característico da doença é a febre alta (acima de 38 ºC).
Outros sinais da doença também se assemelham a um quadro de gripe, já que o paciente pode apresentar mal-estar, cansaço, fraqueza, calafrios e, em alguns casos, perda de peso.
Febre alta
Na brucelose, os pacientes apresentam febre como sintoma característico, mas ela pode se manifestar de diversas formas. O paciente pode oscilar de temperatura ao longo do dia, podendo ser uma febre mais alta ao longo da tarde e noite e ter remissão no período matinal.
Dores
Nesta infecção, o paciente acaba apresentando também dores pelo corpo, como dor de cabeça, nas articulações, abdome, costas e músculos.
Suor excessivo
Além da febre e das dores, o paciente apresenta, em conjunto, a sudorese, um suor excessivo e mais comum durante o período noturno. Essa manifestação, em alguns casos, pode provocar um odor desagradável.
Vacinação contra brucelose: riscos na gravidez
A brucelose em gestantes é um risco, mas a transmissão para o bebê é muito rara. Esta transmissão vertical, como é chamada, pode causar o aborto.
Nos primeiro trimestre da gravidez, o risco é ainda mais acentuado, sendo extremamente importante buscar ajuda médica diante de qualquer sintoma da doença e manter corretamente as rotinas de consultas e o pré-natal.
Quanto mais precoce o diagnóstico da brucelose, melhor será a resposta ao tratamento da doença. Assim, os riscos à saúde da mãe e do bebê também são reduzidos.
Diagnóstico
O diagnóstico da brucelose nem sempre é fácil, pois os sintomas são inespecíficos e podem ser interpretados como um quadro de gripe ou outra doença. Assim, apenas com uma análise dos sintomas, não é possível ter um diagnóstico preciso.
Considerando essa dificuldade, é importante que os médicos realizem uma entrevista com o paciente para identificar se tiveram contato com algum animal infectado ou se ingeriram algum produto que possa estar contaminado.
No entanto, para confirmar a doença é preciso fazer também exames laboratoriais, como a cultura da bactéria, PCR e sorologia, que podem ser feitos após a coleta de sangue do paciente.
Fonte: Assessoria de Comunicação do CFMV, com informações do Mapa. Portal Minuto Saudável.
Adaptado pela equipe de redação do q1.vet.com